Contexto global
Em setembro de 2025, durante o evento SIBOS 2025, a Visa anunciou um projeto‑piloto de pré‑financiamento com stablecoins para o serviço Visa Direct, sua plataforma de pagamentos em tempo real. A iniciativa promete transformar a forma como empresas financiam pagamentos internacionais: em vez de manter saldos elevados em moedas fiduciárias em cada país, as empresas poderão pré‑financiar suas operações usando stablecoins, que a Visa tratará como “dinheiro no banco”. O objetivo é reduzir o atrito nos pagamentos, desbloquear liquidez e modernizar as operações de tesouraria numa economia digital‑first.
A Visa argumenta que, por décadas, os pagamentos transfronteiriços estiveram presos a sistemas lentos e caros que imobilizam capital. Com o piloto, as stablecoins passam a ser uma nova fonte de financiamento, permitindo que instituições financeiras e remessadoras gerenciem seus fluxos de caixa de forma mais dinâmica.
No Brasil, o tema ganhou destaque na imprensa local: notícias da Exame explicam que o projeto visa tornar as transações internacionais mais rápidas e inteligentes, enquanto reportagens da InvestNews observam que a adoção de stablecoins pretende eliminar cenários de contas subfinanciadas e atrasos no serviço.
Como funciona o pré‑financiamento em stablecoin
O piloto funciona de maneira simples: as empresas depositam stablecoins em vez de moedas tradicionais para cobrir pagamentos, e a Visa libera os fundos imediatamente. Inicialmente, serão testadas as stablecoins USDC e EURC emitidas pela Circle. Por considerar as stablecoins como saldo disponível, a Visa elimina a necessidade de pré‑depositar dinheiro em múltiplas contas locais, liberando capital e acelerando as liquidações. De acordo com o comunicado oficial, a pilotagem atenderá bancos, remessadoras e outras instituições que precisam de liquidez mais rápida e flexível, com previsão de expansão em 2026.
As vantagens observadas pela Visa e por analistas incluem:
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Liquidez desbloqueada: o pré‑financiamento com stablecoins evita que empresas mantenham grandes saldos em moedas fiduciárias paradas; o capital continua trabalhando enquanto as obrigações de pagamento ficam garantidas.
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Tesouraria modernizada: a liquidação ocorre em minutos, não em dias, permitindo que a gestão de caixa seja mais dinâmica.
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Previsibilidade e estabilidade: as stablecoins fornecem uma camada de liquidação consistente e reduzem a exposição à volatilidade cambial, algo especialmente relevante para operações fora do horário comercial.
Além de acelerar pagamentos, o piloto pode reduzir custos operacionais. Reportagem da InvestNews destaca que, hoje, remessadoras precisam manter contas pré‑financiadas em cada mercado para atender solicitações dos clientes; se houver excesso de saques imprevistos, o serviço pode ficar suspenso por vários dias Com stablecoins, a transferência de fundos para as contas em tempo real torna o uso do capital mais eficiente.
Na prática, para abastecer uma conta em USD via Visa, hoje é necessário usar bancos intermediários e o sistema SWIFT. Esse processo é lento e obriga a instituição a manter saldo parado em dólares para operar. Muitas vezes isso quebra o fluxo de caixa, já que é preciso antecipar recursos para garantir a execução das transferências.
Com stablecoins, o cenário muda completamente. Agora existe a possibilidade real de pré-fundear a conta em tempo real, segundos antes da operação. O fluxo é simples: transformar reais em stablecoins, enviar para a conta da Visa e acionar a transferência. Tudo em questão de segundos.
O que antes levava horas na tesouraria, hoje pode ser feito instantaneamente, com muito mais eficiência, previsibilidade e menos capital imobilizado.
O que diz a Visa
No anúncio oficial, Chris Newkirk, presidente de Commercial & Money Movement Solutions da Visa, declarou que os pagamentos transfronteiriços ficaram presos a sistemas desatualizados por tempo demais. Ele afirmou que a integração de stablecoins no Visa Direct “estabelece as bases para o dinheiro se mover instantaneamente pelo mundo, dando às empresas mais opções de pagamento”.
Outro executivo, Mark Nelsen, chefe de produto para soluções comerciais da Visa, disse em entrevista que a iniciativa oferece a capacidade imediata de transferir dinheiro para as contas em tempo real. Segundo ele, o modelo representa um uso mais eficiente do capital, porque permite aplicar o dinheiro conforme necessário, em vez de bloquear o equivalente a vários dias de operações. Nelsen também enfatizou que as instituições financeiras poderão evitar atrasos típicos de finais de semana ou feriados, já que o pré‑financiamento com stablecoins elimina a dependência de sistemas tradicionais com horário limitado.
A agência Reuters contextualiza que a nova abordagem reflete a crescente aceitação das stablecoins por grandes empresas, impulsionada pelo GENIUS Act – uma lei norte‑americana que estabeleceu regras claras para emissores de stablecoins. A mesma reportagem observa que a Visa está trabalhando com parceiros ainda não revelados e pretende ampliar o piloto em 2026.
Por que isso importa para o mercado brasileiro e para a Muevy
Pagamentos internacionais são vitais para empresas brasileiras que importam, exportam ou prestam serviços no exterior. O modelo de pré‑financiamento com stablecoins promete tornar essas operações mais ágeis, baratas e previsíveis, liberando recursos que antes ficavam imobilizados. Também reduz o risco de exposição a volatilidade cambial, uma vez que as stablecoins mantêm paridade com moedas fortes.
Como parceira preferencial da Visa, a Muevy já oferece essa inovação ao ecossistema brasileiro. Nosso hub de pagamentos internacionais oferece infraestrutura para enviar valores em tempo real, utilizando stablecoins. Além disso, a Muevy cuida de toda a conformidade regulatória e de câmbio, permitindo que nossos clientes se concentrem apenas em seus negócios.
Conclusão
O projeto‑piloto de pré‑financiamento em stablecoins do Visa Direct inaugura uma nova era nos pagamentos internacionais. Ele combina a confiabilidade da rede Visa com a programabilidade do blockchain para oferecer liquidação instantânea e gestão de caixa moderna. Para o mercado brasileiro, a integração dessa tecnologia representa competitividade e eficiência: é a oportunidade de participar de um sistema global de pagamentos alinhado à economia digital. Com a Muevy já preparada para operar com stablecoins e com a parceria estratégica com a Visa, empresas no Brasil podem dar o próximo passo em direção a pagamentos transfronteiriços mais rápidos, flexíveis e seguros.